Algoritmos do TikTok expõem adolescentes a conteúdo misógino, aponta estudo da University College London e Universidade de Kent.

Os algoritmos do TikTok vêm sendo alvo de críticas, especialmente após a divulgação de um estudo conduzido pela University College London e Universidade de Kent. Segundo o estudo, os algoritmos estão ajudando a “normalizar” discursos misóginos entre adolescentes, que cada vez são mais expostos a conteúdos negativos online sobre mulheres, relacionamentos e masculinidade, o que é alarmante.

A plataforma de vídeos de curta duração apresentou um aumento drástico no nível de conteúdo misógino na página “Para Você”, o que acendeu um alerta vermelho sobre a facilidade com que os adolescentes têm acesso a esse tipo de discurso. Em apenas cinco dias de testes, foram identificados quatro vezes mais conteúdos misóginos na página de início da rede social.

O estudo também apontou que o algoritmo da plataforma parece sua adaptação às preferências dos usuários, recomendando cada vez mais conteúdo desse tipo para perfis suscetíveis à radicalização. Especialmente jovens do sexo masculino, facilmente influenciáveis e ansiosos por se enquadrar em padrões sociais, parecem ser os mais afetados pela disseminação de conteúdos misóginos na plataforma.

Os exemplos de conteúdos misóginos identificados no estudo são preocupantes, incluindo dicas sobre como atrair mulheres, sobre “a arte da sedução” e críticas aos comportamentos femininos baseados em estereótipos e pseudo-psicologia. Em resposta, a ByteDance, empresa proprietária do TikTok, contestou o estudo, afirmando que a amostra era limitada e que não foram compartilhados exemplos de conteúdo misógino para revisão.

Neste contexto, o TikTok vem enfrentando cada vez mais polêmicas em relação à sua atuação e ao conteúdo que oferece. Nos Estados Unidos, uma coalizão de mais de 40 procuradores-gerais estaduais está investigando o tratamento dado pelo TikTok aos jovens usuários, com o receio de que a empresa esteja prejudicando a saúde mental de crianças e adolescentes.

Além disso, o aplicativo também enfrenta o escrutínio de parlamentares tanto na União Europeia quanto nos Estados Unidos, tendo sido possível a imposição de possíveis proibições em diversos países, incluindo Austrália, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido, França e Holanda, além da Comissão Europeia. Esta situação coloca em xeque a atuação e a política da empresa no que diz respeito a proteger seus usuários, especialmente os mais jovens, de conteúdos prejudiciais.

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