A mudança na estratégia de teste de novos medicamentos contra o câncer surge em meio aos avanços que possibilitaram que milhões de pessoas sobrevivam por anos, mesmo com cânceres incuráveis. No entanto, esses avanços vêm com um preço, como é o caso de Jill Feldman, uma mulher que vive com câncer de pulmão há 15 anos devido a um medicamento que causa dores nas articulações, fadiga e feridas na boca.
Segundo Feldman, sua qualidade de vida é afetada diariamente pelos efeitos colaterais do tratamento. Por isso, ela optou por reduzir a dose, mas defende que os fabricantes de medicamentos investiguem doses mais baixas desde o início do processo de pesquisa.
A estratégia de desenvolvimento de medicamentos contra o câncer tem se concentrado em encontrar a chamada “dose máxima tolerada”, levando a muitos pacientes a sofrerem com efeitos nocivos que poderiam ser evitados. O problema é que essa abordagem funciona para a quimioterapia, mas não necessariamente para os medicamentos mais modernos contra o câncer, que são mais direcionados e funcionam de maneira diferente.
A filosofia do “mais é melhor” pode ser eficaz para a quimioterapia, mas não necessariamente para medicamentos mais modernos, segundo a Dra. Lillian Siu. No entanto, essa abordagem pode demandar mais tempo, paciência e recursos para que os medicamentos sejam desenvolvidos de maneira eficaz e com menos efeitos colaterais.
Além disso, a estratégia de encontrar a dose ideal desde o início leva a medicamentos mais eficazes a longo prazo, de acordo com o Dr. Timothy Yap, que desenvolve medicamentos no MD Anderson Cancer Center.
Portanto, a mudança no teste de novos medicamentos contra o câncer representa um ponto de virada na maneira como esses tratamentos são desenvolvidos e oferece esperança para milhões de pacientes que buscam uma cura mais suportável para suas condições.