O partido Vamos, de orientação centrista, juntou-se aos partidos de direita Aliança Republicana Nacionalista (Arena) e Nosso Tempo, em um pedido ao Tribunal Supremo Eleitoral para que as eleições legislativas fossem anuladas. Alegações de irregularidades na contagem de votos, falta de segurança na cadeia de custódia dos resultados eleitorais e o não funcionamento do sistema de votação foram as principais justificativas apresentadas pelos partidos opositores.
A deputada Claudia Ortiz, representante do Vamos, enfatizou que “o princípio de não deturpar a vontade popular foi violentado gravemente” e adicionou que “não houve segurança na cadeia de custódia” das cédulas com os resultados da eleição. Ortiz ainda destacou que “alguns pacotes pareciam que haviam sido abertos e qualquer um pode ter colocado ou retirado cédulas de votação”.
O presidente do Arena, Carlos García Saade, também afirmou que o processo eleitoral esteve repleto de irregularidades e, por isso, é necessário repetir as eleições. Ele alegou que “o sistema para a contagem de votos da votação legislativa não funcionou” no dia das eleições.
Além dos partidos de oposição, a missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou preocupação com “a demora e falta de uniformidade no escrutínio final”. A espera pela oficialização da formação da nova Assembleia Legislativa, de 60 assentos, tem sido marcada pela contestação e pela incerteza sobre a legitimidade do processo eleitoral.
Paralelamente, em uma eleição presidencial simultânea, Nayib Bukele foi reeleito com uma porcentagem esmagadora de votos. Se o TSE confirmar a vitória do partido Novas Ideias de Bukele, ele ampliará seu domínio no Congresso salvadorenho. Diante de tais controvérsias, a validação das eleições legislativas de El Salvador permanece incerta enquanto as alegações de irregularidades e violações dos direitos políticos da cidadania e dos candidatos seguem sob avaliação.