A medida inicial para a presença da Força Nacional na região foi tomada em 2022, como resultado de uma decisão judicial decorrente de uma ação civil promovida pelo Ministério Público Federal. Na época, a área estava sendo explorada por cerca de 5 mil garimpeiros, que estavam envolvidos em atividades ilegais de extração de ouro.
A TI Sararé, que se estende pelos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Conquista D’Oeste e Nova Lacerda, abrange uma área de 67,420 hectares e foi homologada desde 1985. Segundo a Funai, a exploração mineral na região é antiga, o que atraiu atividades ilegais de garimpo desde os anos 90.
Além das ações de fiscalização direta, a Funai mantém um Centro de Monitoramento Remoto que utiliza imagens de satélites para observar os territórios indígenas. Em 2023, foi observado um aumento na exploração irregular, o que levou a instituição a recomendar a atuação do Comitê Interministerial de Desintrusão.
No entanto, a região dos municípios de Tomé-Açu e Acara, localizados no nordeste do estado do Pará, também enfrenta desafios semelhantes. A Força Nacional foi autorizada a permanecer atuando nessa área por mais 60 dias, em resposta a episódios violentos envolvendo a Terra Indígena Turé-Mariquita, comunidades quilombolas e o povo Turiwara. Estas comunidades apontam a empresa Brasil Biofuels (BBF), produtora de óleo de palma na região, como responsável pelos conflitos.
A decisão de prorrogar a atuação da Força Nacional na área foi solicitada pela Polícia Federal em coordenação com os órgãos de segurança pública do estado do Pará. O contingente a ser disponibilizado seguirá o planejamento estabelecido pela direção do Ministério da Justiça e Segurança Pública.