As ruas que estavam paralisadas no dia anterior agora apresentavam longas filas em frente a lojas, bancos e postos de gasolina. Entretanto, a sensação de insegurança ainda pairava sobre a cidade, com moradores erguendo barricadas como forma de proteção. Apesar disso, não foram mais ouvidos os disparos que assolaram a capital nos dias anteriores.
A tentativa de ataque ao aeroporto internacional ocorrida na tarde de ontem foi repelida pela polícia e pelo exército, que conseguiram conter os grupos armados que controlam áreas do Haiti. Como resultado dos distúrbios, diversas companhias aéreas internacionais cancelaram voos para a capital haitiana, e as autoridades da República Dominicana fecharam o espaço aéreo com o Haiti.
Estima-se que cerca de 15 mil pessoas deixaram suas casas em Porto Príncipe devido à escalada da violência. Trabalhadores humanitários iniciaram a distribuição de alimentos e itens essenciais em novos centros para refugiados. Desde a última quinta-feira, gangues têm realizado ataques coordenados na cidade, incluindo nas prisões, como forma de protesto e tentativa de derrubar o primeiro-ministro, Ariel Henry.
Até o momento, Ariel Henry encontra-se com paradeiro desconhecido, mas estava em missão no Quênia no momento em que os conflitos eclodiram. O governo do Haiti decretou estado de emergência na capital e estabeleceu toque de recolher para tentar conter a crise política, humanitária e de segurança que assola o país desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021.