Há 11 anos trabalhando nessa paróquia e realizando missas mensais dedicadas à comunidade LGBTQIA+, o padre Gonzalo expressou o desejo de abençoar casais do mesmo sexo, algo que agora pode se tornar realidade com a aprovação do papa. O momento foi marcado por um sermão emocionante do fiel Víctor Rodríguez, que relembrou sua experiência de exclusão quando adolescente.
O trabalho do padre Gonzalo com a comunidade LGBTQIA+ começou em 2013, quando ele se deparou com faces novas na igreja. Encontrando diversidade sexual e juventude enfrentando desafios, o padre decidiu iniciar um diálogo e promover as missas inclusivas que se tornaram uma marca registrada na região.
A iniciativa contou com apoio de jovens LGBTQIA+ que abandonaram o seminário e se reuniam para rezar em uma casa. Eduardo Andrade, responsável pelo grupo, destaca a importância de dar visibilidade à orientação sexual e formalizar as celebrações religiosas.
O caminho trilhado pelo padre Gonzalo não foi isento de críticas e afastamento de fiéis conservadores, mas ele se mantém firme em sua missão de inclusão e respeito. Com a recente autorização do papa para a bênção de casais do mesmo sexo, a Sagrada Família foi palco das duas primeiras cerimônias desse tipo na região.
A Cidade do México, precursora do casamento igualitário na América Latina desde 2010, continua avançando em direção à aceitação e respeito à diversidade. Em um cenário onde a maioria da população se declara católica, iniciativas como as missas inclusivas do padre Gonzalo representam um passo significativo rumo à reconciliação e à construção de uma comunidade mais acolhedora e respeitosa para todos os seres humanos.