Juiz decide manter promotora distrital acusando Trump na Geórgia mesmo após denúncia de conflito de interesses por romance com advogado.

O juiz responsável pelo caso de interferência eleitoral na Geórgia contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e 14 aliados decidiu manter a promotora distrital Fani Willis à frente do processo, mesmo após a defesa denunciar um possível conflito de interesses devido ao seu relacionamento amoroso com o advogado Nathan Wade, que fazia parte da equipe de acusação. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (15) pelo juiz Scott McAfee, do Tribunal Superior do condado de Fulton, em Atlanta.

A promotora distrital poderá continuar à frente do processo contra Trump, desde que Wade se afaste do caso, o que de fato aconteceu poucas horas após a decisão do juiz. A defesa havia solicitado o afastamento completo da equipe de Willis, mas McAfee considerou que não era necessário, optando por uma medida menos drástica e corretiva.

Apesar de ser uma vitória parcial para ambas as partes, a ação conseguiu atrasar o andamento do processo e prejudicar a credibilidade da promotoria perante a opinião pública, o que pode influenciar um futuro júri. O caso corre em paralelo à corrida pela Casa Branca, com Trump alegando ser vítima de uma “caça às bruxas” para prejudicar suas chances de concorrer contra o presidente Joe Biden.

Com os atrasos no processo, é improvável que haja um julgamento antes da eleição presidencial de 2024, na qual a indicação de Trump como candidato republicano é tida como certa. Além disso, o Senado da Geórgia, de maioria republicana, está analisando as acusações de conflito de interesses e formou uma comissão para supervisionar o caso.

A decisão do juiz McAfee ocorre após a anulação de seis acusações no processo contra Trump e seus co-réus, mantendo entretanto a principal acusação de racketeering contra todos os réus. Trump também enfrenta acusações federais por conspirar contra os resultados das eleições de novembro de 2020, com o julgamento suspenso enquanto a Suprema Corte dos EUA decide sobre a imunidade penal do ex-presidente.

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