Essas informações foram alvo de críticas por parte de coletivas de busca e da oposição, que acusam o presidente Andrés Manuel López Obrador de tentar encobrir as cifras reais. Alcalde explicou que, no período de agosto de 2023 a março deste ano, o governo conseguiu encontrar 20.193 indivíduos que haviam desaparecido.
É importante ressaltar que, de acordo com o governo, 86% dessas pessoas localizadas não foram vítimas de crime algum. A secretária afirmou que, na maioria dos casos, as ausências foram voluntárias. No entanto, dezenas de coletivos de busca acusaram o governo de agir de forma passiva diante da crise de desaparecidos no México.
Muitas famílias se veem obrigadas a adentrar áreas remotas do país com ferramentas como pás e picaretas para buscar os restos de seus entes queridos, devido à falta de ação governamental. Infelizmente, vários familiares dessas pessoas desaparecidas foram assassinados no decorrer desse difícil processo.
O registro de desaparecidos no México abrange casos desde 1962, porém a maioria das desaparições ocorreu a partir de 2006, quando foi iniciada uma polêmica operação militar antidrogas pelo governo federal. Um caso emblemático é o desaparecimento de 43 estudantes de uma escola em Ayotzinapa, no estado de Guerrero, em setembro de 2014.
Desde dezembro de 2006, o país registrou mais de 450 mil assassinatos, a maioria deles relacionados a atos criminosos, além do número alarmante de desaparecidos. A população mexicana continua enfrentando grandes desafios no que diz respeito à segurança e à violência, o que requer ação urgente por parte das autoridades.