Freixo ressaltou que, desde 2008, quando participou da CPI das Milícias, já se sabia que crime, polícia e política eram elementos interligados no Rio de Janeiro. Agora, 16 anos depois, com a resolução do caso Marielle, o ex-deputado enfatiza que a situação permanece a mesma, com autoridades importantes envolvidas no crime. Entre os presos da Operação Murder Inc. estão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
A operação, que contou com a participação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, tem como objetivo desvendar a relação entre crime e política no projeto da família Brazão, influente no cenário político do Rio de Janeiro. Freixo ressalta a importância dessa investigação para o entendimento da complexa teia de interesses que envolvem o crime organizado e a política no estado.
O ex-deputado também destaca a atuação do ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, que, mesmo após o assassinato de Marielle, teria agido para proteger os mandantes do crime, retardando as investigações. Freixo ainda menciona o delegado Giniton Lages, afastado por estar envolvido na obstrução das investigações e que, ironicamente, escreveu um livro sobre o caso Marielle.
Com a prisão dos autores do crime e daqueles que tentaram protegê-los de dentro da polícia, Freixo vê uma oportunidade para o Rio de Janeiro começar a virar essa página sombria em que crime, polícia e política se entrelaçam de forma tão nociva. A sociedade, a partir do exemplo de Marielle Franco, demonstra sua capacidade de reação e resistência diante dos desafios, o que culminou na resolução do caso após seis anos de incertezas e angústia.