Os resgates de títulos totalizaram R$ 2,590 bilhões, sendo R$ 2,427 bilhões referentes a recompras de títulos públicos e R$ 163,2 milhões por vencimentos, quando o prazo do título acaba e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.
Os investidores têm mostrado preferência pelos títulos corrigidos pela Selic, taxa básica de juros, que representaram 65,6% do total. Esse interesse está diretamente relacionado ao alto nível da taxa Selic, que vem passando por um processo de elevação desde março de 2021, quando o Banco Central iniciou a elevação gradual da taxa. Mesmo com a expectativa de queda dos juros básicos no segundo semestre, os investidores continuam a comprar títulos vinculados à Selic.
Os títulos vinculados à inflação (IPCA) tiveram participação de 22,2% nas vendas, enquanto os títulos prefixados, com juros determinados no momento da emissão, representaram 12,2%. O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 120 bilhões no fim de julho, registrando um aumento de 1,5% em comparação com o mês anterior e de 24,4% em relação a julho do ano passado.
No que diz respeito ao número de investidores, 339.220 novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. Com isso, o total de investidores atingiu a marca de 25.006.870, registrando um aumento de 24,9% nos últimos 12 meses. O número de investidores ativos, ou seja, aqueles que possuem operações em aberto, chegou a 2.292.783, representando um aumento de 12,4% em 12 meses.
Os números indicam que os pequenos investidores têm tido uma participação expressiva no Tesouro Direto, com vendas de até R$ 5 mil correspondendo a 84,2% do total de operações realizadas em julho. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 62,3% dessas vendas. O valor médio por operação foi de R$ 5.638,62.
Os títulos com prazo de um a cinco anos representaram 37,2% das vendas, enquanto aqueles com prazo de cinco a dez anos corresponderam a 47,3% do total. Já os títulos com prazo de mais de dez anos representaram 15,5% das vendas.
O Tesouro Direto foi criado em 2002 com o objetivo de popularizar a aplicação em títulos públicos e permitir que pessoas físicas adquirissem esses títulos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem a necessidade de intermediários. Para isso, o aplicador paga uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos.
As vendas de títulos são uma das fontes de captação de recursos pelo governo para o pagamento de dívidas e compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor investido com um adicional que pode variar de acordo com a variação da Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente nos casos de títulos prefixados.