De acordo com a pesquisa, as crianças expostas à poeira da barragem foram as mais afetadas, apresentando três vezes mais chances de desenvolver alergias respiratórias em comparação com outras comunidades não afetadas. Além disso, houve um aumento de 75% nos relatos de alergia respiratória nas áreas atingidas. A faixa etária mais prejudicada foi a de crianças acima de 4 anos, que foram as que mais desenvolveram problemas de saúde relacionados às alergias respiratórias.
Os dados também apontaram que as crianças do sexo masculino foram as mais afetadas, o que pode estar relacionado a características culturais que levam os meninos a terem mais acesso a ambientes externos. A limpeza frequente das residências e o consumo de água mineral se tornaram práticas comuns entre os moradores das comunidades afetadas.
Um acordo de reparação foi firmado entre a Vale e diversas instituições, incluindo o governo estadual e o Ministério Público, resultando em aportes que somam R$ 37,68 bilhões. No entanto, as questões de saúde ainda exigem recursos adicionais, com estudos em andamento para avaliar os impactos na saúde humana e na ecologia da região.
Os pesquisadores enfatizaram a importância dos resultados do Projeto Bruminha para embasar ações de assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Realizado em três comunidades impactadas pela tragédia, o estudo envolveu 217 crianças de até 6 anos e forneceu subsídios para compreender a gravidade dos impactos na saúde da população infantil de Brumadinho.