Supermercados têm enfrentado brigas entre clientes e comemorações quando chega uma nova remessa de repelentes. Alguns estabelecimentos até abrem contas no WhatsApp para informar os consumidores sobre a disponibilidade do produto. O racionamento também é adotado em alguns locais, limitando a quantidade de repelentes por pessoa.
Diante da falta de repelentes, algumas pessoas têm recorrido a soluções alternativas, como misturas de baunilha ou xampu barato para afastar os mosquitos. Em um contexto no qual o produto se tornou um item tão valioso, a população tem enfrentado dificuldades para se proteger da doença, que pode ser fatal.
O aumento expressivo de casos de dengue na Argentina coloca o país em terceiro lugar na América Latina, em um cenário onde a escassez de repelentes é agravada pela especulação de preços após a liberação dos valores pelo governo. O presidente Javier Milei decidiu intervir temporariamente liberando a importação de repelentes para tentar regularizar o mercado.
Contudo, a situação persiste e os repelentes continuam sendo vendidos a preços muito acima do habitual. A população compara a escassez de repelentes com a falta de álcool em gel no início da pandemia de covid-19. A crise sanitária em Buenos Aires se intensifica com a recusa do governo em tornar gratuita e obrigatória a vacina existente contra a dengue.
O ministro da Saúde, Mario Russo, justifica a decisão alegando que a vacina é experimental e, embora segura, não é uma forma eficaz de combater o surto atual de dengue. A população argentina enfrenta assim uma dupla ameaça, com a falta de repelentes e a recusa em disponibilizar a vacina para proteção contra a doença transmitida pelos mosquitos.