Vidar Helgesen, secretário-executivo da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, expressou preocupação com a rapidez das mudanças e a incerteza que geram. Ele ressaltou a urgência de lidar com o aquecimento dos oceanos, destacando a necessidade de observações e investigações em tempo real e uma colaboração mais estreita entre a ciência e as políticas.
O aumento recorde da temperatura dos oceanos em março, segundo o observatório Copernicus, representa uma ameaça à vida marinha e pode causar condições meteorológicas extremas devido ao aumento do volume da água e da umidade na atmosfera.
Os oceanos desempenham um papel fundamental na regulação do clima global, absorvendo calor e parte do dióxido de carbono gerado pela atividade humana. No entanto, os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos, como observado nas ondas de calor que mais de 90% deles experimentaram no ano passado, têm impacto direto em todo o planeta.
A Década do Oceano (2021-2030) tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o aquecimento dos oceanos e suas implicações para buscar formas de contê-lo. No entanto, a implementação de acordos internacionais, como o Acordo de Paris, tem sido lenta, levantando preocupações entre os cientistas.
Apesar dos desafios, existem iniciativas e sinais de esperança, como o tratado histórico para proteger o alto-mar e os diálogos em andamento para combater a poluição por plásticos. O alerta é claro: cada décimo de grau importa, e nunca é tarde demais para agir diante da crise climática que afeta não apenas os oceanos, mas todo o planeta.