O professor de relações internacionais Gunther Rudzit, da ESPM-SP, ressaltou que o padrão iraniano é utilizar esses grupos como instrumento para alcançar seus objetivos na região, buscando assim negar a autoria de possíveis ataques. No entanto, ainda não foi tomada uma decisão final por parte do Irã, que teme que uma retaliação israelense comprometa sua infraestrutura.
Vitelio Brustolin, professor de relações internacionais da UFF e pesquisador da Universidade Harvard, destacou que os iranianos sabem que um ataque direto a Israel resultaria em uma guerra entre Estados, diferente do confronto atual entre Israel e o Hamas. Nesse contexto, uma possível retaliação poderia ocorrer contra uma embaixada ou consulado israelense.
Dentre os grupos do eixo de influência do Irã, o Hezbollah é apontado como o mais bem equipado para realizar um ataque de maior escala contra Israel. A criação desse grupo e sua influência são atribuídas ao Irã, que explorou situações de conflito para fortalecer o Hezbollah.
Apesar da capacidade do Hezbollah de causar danos à infraestrutura israelense, Tel-Aviv possui fortes defesas antiaéreas contra o grupo. Mesmo que um ataque direto seja considerado improvável, uma retaliação deste porte poderia modificar o cenário do conflito na região. Brustolin chegou a comparar a situação a uma “segunda guerra fria”, ressaltando a proximidade do Irã com Rússia e China.
Em meio a esse contexto de crescente instabilidade, os olhares permanecem voltados para a região do Oriente Médio, com a expectativa de desdobramentos que possam impactar as relações geopolíticas globais.