Em nota à imprensa, a Ajufe expressou surpresa diante da decisão e ressaltou que a competência para deliberar sobre o afastamento dos magistrados seria do plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o qual irá julgar a matéria na sessão marcada para o dia 16 de abril. A associação considerou inadequado o afastamento por decisão monocrática às vésperas do julgamento no CNJ.
A instituição também defendeu a conduta ilibada dos magistrados afastados, destacando décadas de bons serviços prestados à magistratura nacional sem qualquer mácula em seus currículos. Para a Ajufe, os afastamentos foram absolutamente desarrazoados.
Luís Felipe Salomão justificou o afastamento de Gabriela Hardt com base em irregularidades em decisões que autorizaram o repasse de R$ 2 bilhões oriundos de acordos da Lava Jato para um fundo gerido pela força-tarefa da operação. O corregedor apontou também a possibilidade de discussões sobre os termos do acordo fora dos autos, incluindo o uso de aplicativo de mensagens.
A juíza Gabriela Hardt, por meio de sua assessoria de imprensa, optou por não se manifestar sobre o afastamento. A liminar que determinou o afastamento dos magistrados será avaliada pelo plenário do CNJ na sessão de amanhã.
É importante destacar que a decisão de Salomão gerou controvérsias e trouxe à tona o debate sobre os limites das ações dos corregedores no âmbito do Judiciário, levantando questões sobre a independência dos magistrados e a necessidade de garantir um processo justo e transparente em todas as instâncias da Justiça.