A Polícia Federal está liderando as investigações para descobrir a identidade e a origem dessas vítimas. Documentos e objetos encontrados sugerem que os tripulantes possam ter vindo do continente africano, mais especificamente da região da Mauritânia e Mali. Essa informação levanta questões sobre como essa embarcação chegou ao Brasil, já que, sem nenhum mecanismo de propulsão como motor ou vela, o barco teria simplesmente flutuado.
Especialistas em oceanografia afirmam que é altamente improvável que uma embarcação à deriva tenha conseguido atravessar o oceano Atlântico e chegar ao Brasil. O professor Carlos Teixeira da Universidade Federal do Ceará explica que, devido ao fluxo das correntes marítimas, não seria viável que o barco tivesse saído diretamente da Mauritânia e chegado ao Brasil, devido à falta de correntes que ligam essas regiões.
A possibilidade de o barco ter sido rebocado por outra embarcação motorizada também é levantada, porém, especialistas afirmam que a estrutura precária da embarcação e as condições do mar tornariam essa hipótese pouco plausível. O resgate e identificação dos corpos seguirão protocolos internacionais da Interpol, em um esforço conjunto da Polícia Federal, Marinha, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, entre outros órgãos. A investigação promete desvendar o mistério por trás dessas vidas perdidas em alto mar.