Radiação UV prolongada do buraco de ozônio afeta fauna da Antártica e causa mudanças na cadeia alimentar, alertam cientistas.

Em meio a um cenário de preocupação ambiental, cientistas britânicos alertam para os impactos causados pela prolongada exposição à radiação UV na Antártica. Esse problema está relacionado à expansão do buraco de ozônio nos últimos dois anos, que tem afetado diretamente a fauna local, incluindo pinguins, baleias, focas e outros animais marinhos.

De acordo com especialistas, o ozônio presente na alta atmosfera desempenha um papel crucial na redução da radiação solar nociva. No entanto, a formação e prolongamento do buraco de ozônio tem sido atribuído, em grande parte, à quantidade massiva de fumaça proveniente dos incêndios florestais que assolaram a Austrália em 2019 e 2020. Essa fumaça teria desencadeado reações químicas prejudiciais ao ozônio.

Um estudo recente publicado na revista científica Global Change Biology revelou os efeitos negativos dessa exposição prolongada à radiação na fauna antártica. Os pesquisadores apontam que os incêndios, causados por uma seca associada às mudanças climáticas, estão desencadeando alterações na cadeia alimentar da região.

A coordenadora da pesquisa, Sharon Robinson, da Universidade de Wollongong, na Austrália, destacou a preocupação com a radiação UV-B, que não apenas impacta a vida marinha, mas também representa uma ameaça à saúde humana, podendo causar câncer de pele. O estudo sugere que o aumento da radiação tem levado o krill, crustáceo fundamental na cadeia alimentar antártica, a migrar para águas mais profundas, afetando diretamente os predadores como pinguins e baleias.

Desde a descoberta do buraco na camada de ozônio sobre a Antártica em 1985, medidas foram tomadas para reduzir o uso de substâncias prejudiciais, como os clorofluorcarbonos (CFCs). O Acordo de Montreal, de 1987, foi fundamental nesse processo, resultando em significativas melhoras na camada de ozônio. No entanto, a recorrência do buraco, especialmente durante o verão antártico, tem colocado em risco a vida selvagem da região.

Diante desse quadro preocupante, a comunidade científica reforça a importância de medidas mais efetivas para preservar a camada de ozônio e proteger a biodiversidade da Antártica. A conscientização e ação coletiva são essenciais para mitigar os danos já causados e garantir um futuro sustentável para o ecossistema antártico.

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