Oposição exige a prisão de G. Dias enquanto governistas alegam que o general cumpriu sua responsabilidade – Senado Notícias.

O depoimento do general Marco Edson Gonçalves Dias à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) do 8 de Janeiro gerou divergências entre os parlamentares sobre sua responsabilidade nas falhas que levaram à invasão das sedes dos três Poderes. Conhecido como GDias, o general era o responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques. Enquanto alguns parlamentares apontaram contradições em seu depoimento e pediram sua prisão, outros atribuíram a culpa a integrantes do GSI que foram “herdados” do governo de Jair Bolsonaro.

O senador Marcos Rogério (União-RO) afirmou que o depoimento do general teve a intenção de transferir a culpa pelos ataques para outras pessoas. Ele ressaltou que todas as forças envolvidas têm sua parcela de responsabilidade e argumentou que não seria justo atribuir toda a culpa à Polícia Militar do Distrito Federal. O senador apontou contradições no depoimento do general, afirmando que em uma única fala ele deu três versões diferentes.

Em razão dessas supostas contradições, parlamentares da oposição anunciaram que enviaram à Procuradoria-Geral da República um pedido de prisão preventiva do general. Os crimes apontados são omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício em interesse pessoal e obstrução de Justiça. O pedido também inclui a prisão do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Por outro lado, alguns senadores afirmaram que o depoimento do general mostrou que ele não pode ser responsabilizado pela invasão. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu que é o ex-ministro-chefe do GSI, general Heleno, quem deveria estar na CPI. Segundo Randolfe, o general Heleno e sua equipe foram responsáveis pela estratégia golpista.

Durante o depoimento, o general reconheceu que pediu para que seu nome fosse retirado de um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviado ao Congresso. Segundo ele, seu nome foi retirado porque ele não fazia parte de um grupo de WhatsApp onde os alertas de segurança foram enviados.

Na avaliação do senador Fabiano Contarato (PT-ES), houve uma sucessão de erros que levaram à invasão, mas o general não pode ser responsabilizado. Contarato ressaltou que a omissão é penalmente relevante quando o agente tem obrigação de proteção, vigilância e cuidado, o que não seria o caso do general.

Em entrevista, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que os depoimentos até o momento mostram a incompetência tanto da polícia quanto do GSI. Ele ressaltou a importância de deixar o viés político de lado e descobrir onde houve intenção e culpa.

A comissão já aprovou requerimentos com pedido de informações à Força Nacional de Segurança Pública, mas rejeitou um requerimento para a convocação do coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, que comandava o Batalhão de Pronto Emprego na época dos ataques. Ainda há requerimentos não votados que pedem a convocação de representantes da Força Nacional pela CPI.

É importante ressaltar que, apesar de não mencionada a fonte do texto, as informações apresentadas foram retiradas da Agência Senado.

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