Teichmann, consultor de engenharia e ex-diretor adjunto do serviço de água e esgoto da capital do Rio Grande do Sul, com uma população de 1,4 milhão de habitantes, apontou que o desastre natural que atingiu a região resultou em mais de 150 mortes, além de uma grande quantidade de desaparecidos e desabrigados.
O sistema de proteção de Porto Alegre foi projetado e construído na década de 1970, após uma inundação em 1967. Composto por diques, muros de concreto, comportas e estações de bombeamento, o dispositivo nunca havia sido testado na prática até novembro de 2023. A falha de um dos portões levou à inundação rápida de várias regiões da cidade, causando a interrupção do funcionamento das estações de bombeamento e resultando em um cenário catastrófico.
Segundo Teichmann, o sistema de proteção de Porto Alegre dava à população uma falsa sensação de segurança, pois não era capaz de conter a água em caso de falha. Ele alertou também para o fato de que outras cidades da região, como Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, possuem sistemas semelhantes, que se mostraram ineficazes diante do aumento do nível da água.
As consequências das falhas no sistema de proteção foram devastadoras, com a água invadindo rapidamente áreas urbanizadas e causando tragédias maiores do que se o sistema não existisse. A ineficácia e a obsolescência deste tipo de sistema de defesa contra inundações se tornaram evidentes diante do colapso em Porto Alegre e em outras cidades da região. O desafio agora é buscar soluções mais robustas e eficientes para proteger as populações vulneráveis diante de eventos climáticos extremos.