O governo do estado planeja construir quatro “cidades” provisórias para abrigar os mais de 77 mil desabrigados em função das chuvas que assolam a região. A situação também é crítica em Pelotas, onde a prefeitura ampliou o mapa de áreas com alto risco de inundação devido ao sistema de drenagem sobrecarregado. O canal de São Gonçalo atingiu a marca histórica de 3 metros, superando o recorde anterior de 2,88 metros registrado em 1941.
A hidróloga Tamara Beskow explicou que a pressão da elevação da maré e a redução da saída da água estão provocando inundações em Rio Grande, causando o efeito de empilhamento das massas de água e dificultando o escoamento do canal. Em contrapartida, em Porto Alegre, o nível do Lago Guaíba, que estava em 4,86 metros, começou a diminuir, permitindo a retomada de atividades em alguns pontos, embora permaneça acima da cota de inundação.
A tragédia climática no Rio Grande do Sul é a maior da história do estado, com fortes temporais desde o dia 29, afetando 460 dos 497 municípios gaúchos e mais de 600 mil pessoas. Até o momento, 151 pessoas morreram e 104 estão desaparecidas. A infraestrutura rodoviária também foi severamente comprometida, com 94 trechos bloqueados parcial ou totalmente em 51 rodovias.
Diante desse cenário, o vice-governador Gabriel Souza afirmou que o estado pretende montar estruturas provisórias em quatro cidades para abrigar os desabrigados. Essas estruturas incluirão dormitórios, banheiros, lavanderia coletiva, espaço para crianças e animais de estimação, entre outros serviços essenciais. A reconstrução das cidades e trechos afetados também é uma preocupação, com a possibilidade de realocação de áreas vulneráveis às condições climáticas extremas.