Albares classificou as declarações de Milei como “extremamente graves” e sem precedentes na história das relações internacionais, exigindo um pedido público de desculpas por parte do presidente argentino. Caso não haja retratação, a Espanha ameaça tomar medidas para defender sua soberania perante tais acusações infundadas.
Durante o discurso em Madri, Milei não identificou nominalmente Sánchez ou sua esposa, Begoña Gómez, mas fez referência ao período de reflexão que o presidente teria levado antes de decidir renunciar devido aos ataques à sua companheira. As declarações de Milei causaram controvérsia, especialmente por conta das investigações em curso sobre supostas relações comerciais de Gómez com empresas que receberam ajuda do governo.
Em resposta à convocação de Albares, Milei reafirmou suas declarações, publicando o discurso nas redes sociais e declarando que não irá se retratar. A situação causou ainda mais tensão entre os dois países e recebeu o apoio do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que condenou os ataques contra parentes de líderes políticos.
Diante desse cenário de desentendimentos constantes, a relação entre Madri e Buenos Aires se deteriora ainda mais, somando-se a episódios anteriores de mal-entendidos entre os dois governos. A atitude de Milei também repercutiu internacionalmente, uma vez que o evento em Madri contou com a presença de líderes da extrema direita de diversos países, gerando preocupações quanto ao avanço desse movimento político na Europa e na América Latina.