Essa situação levantou questionamentos sobre a precariedade das condições de manutenção de aeronaves de origem americana no Irã. Um piloto de helicóptero da Força Aérea Brasileira, que preferiu não se identificar, afirmou ao Globo que o país enfrentava dificuldades para manter os helicópteros em funcionamento e necessitava recorrer a peças chinesas e engenharia reversa para manter as aeronaves voando.
Segundo a mesma fonte, é mais provável que o Irã tenha adquirido peças similares de mercados aliados, como o chinês, ou produzido peças próprias, sem o devido controle de qualidade. A questão da manutenção e reposição de peças torna-se mais delicada quando se trata de aeronaves adquiridas antes de 1979, época em que o país enfrentou dificuldades para obter componentes para aeronaves americanas devido a sanções e restrições.
O Bell 212 entrou em serviço em 1968 e, durante a década de 1970, o Irã comprou diversas unidades desse modelo. Com a Revolução Islâmica de 1979 e as sanções impostas pelos Estados Unidos, o país passou a enfrentar desafios na manutenção de equipamentos de origem norte-americana. A falta de peças originais e a necessidade de recorrer a alternativas menos confiáveis acabaram gerando preocupações sobre a segurança das operações aéreas no país.
O acidente com o helicóptero do presidente Raisi ocorreu em uma região remota do Irã e mobilizou uma operação de busca e resgate em meio a condições climáticas adversas. Após pelo menos 12 horas de resgate, as autoridades confirmaram que a queda do helicóptero representou um risco para a vida do presidente. Ebrahim Raisi, nascido em 1960 e com uma trajetória controversa relacionada a execuções em massa nos anos 1980, foi resgatado com vida e passa por avaliações médicas.
Em resumo, o acidente com o helicóptero presidencial do Irã coloca em evidência não apenas a segurança das aeronaves no país, mas também a complexidade das questões políticas e diplomáticas envolvidas na manutenção de equipamentos aéreos. A necessidade de garantir a segurança das operações aéreas, tanto para autoridades como para a população em geral, torna-se um ponto crucial a ser considerado pelas autoridades iranianas e pela comunidade internacional.