O Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBa) repudiou essa medida e argumentou que o governo está desrespeitando o Senado argentino ao intervir nos meios de comunicação públicos, reforçando a situação preocupante vivenciada pela Agência Telám, principal veículo de comunicação estatal do país, que está fora do ar desde março, quando os funcionários foram dispensados.
O comunicado oficial divulgado pelas mídias afetadas alega que a pausa nas comunicações digitais tem como intuito reorganizar os canais para melhorar a produção, realização e difusão de conteúdos. Segundo a nota, os critérios de divulgação nas redes sociais serão unificados e a comunicação digital será retomada após uma reorganização interna das empresas.
De acordo com especialistas, a mídia pública na Argentina, inspirada no modelo europeu, surgiu como uma forma de disponibilizar à população conteúdos que não teriam espaço na mídia privada devido a interesses comerciais. O professor Guillermo Mastrini, da Universidade de Quilmes, destaca que a mídia pública tem o papel de dar voz a pessoas e regiões que não se destacam nos grandes centros econômicos.
No cenário brasileiro, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela gestão dos veículos públicos federais do país, como a Agência Brasil, também atua visando cumprir o Artigo 223 da Constituição Federal, que preconiza a complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal de comunicação. Dessa forma, a polêmica em torno da mídia pública na Argentina reacende debates sobre liberdade de imprensa e interferência governamental nos meios de comunicação.