Tribunal guatemalteco inicia julgamento por divulgação de informações contra ex-procuradora anticorrupção em caso controverso internacionalmente.

O tribunal guatemalteco deu início a um julgamento nesta segunda-feira (27) contra a ex-procuradora anticorrupção Virginia Laparra. Laparra, de 44 anos, foi condenada e presa em 2022 por abuso de autoridade em um caso que gerou críticas da comunidade internacional.

Virginia Laparra era chefe da Promotoria Especial Contra a Impunidade em Quetzaltenango, no oeste da Guatemala. Em dezembro de 2022, foi condenada a quatro anos de prisão por denunciar um juiz sem autorização. A Anistia Internacional considera Laparra uma “prisioneira de consciência” e afirma que ela foi detida devido ao seu trabalho de combate à máfia.

Após sair da prisão em liberdade condicional em janeiro, Laparra enfrentou um segundo julgamento no tribunal de Quetzaltenango. As acusações contra ela incluem supostamente vazar informações temporárias sobre um caso de corrupção para a imprensa durante uma audiência em 2017, crime passível de até oito anos de prisão.

A AI se manifestou em defesa de Laparra, afirmando que ninguém deveria ser perseguido por lutar pela justiça. A ex-procuradora foi detida em meio a uma série de prisões de juízes e ex-promotores que investigavam casos de corrupção no país.

O Ministério Público, liderado por Consuelo Porras, acusou Laparra. Porras, que foi sancionada pelos Estados Unidos em 2021 por corrupção e antidemocracia, também é alvo de críticas da União Europeia. Ela foi acusada de violar a democracia devido a investigações polêmicas sobre as eleições de 2023 e a posse presidencial de Bernardo Arévalo.

Em março, Arévalo condecorou Laparra e outras mulheres com a Ordem de Excelência do Trabalho durante o Dia Internacional da Mulher. O caso de Virginia Laparra continua gerando controvérsias e chamando a atenção da comunidade internacional para a situação da justiça na Guatemala.

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