O juiz federal Sebastián Casanello exigiu que o ministério forneça detalhes sobre os alimentos retidos em até 72 horas e que inicie a distribuição imediatamente. Essa decisão foi baseada em estatísticas que mostram que mais da metade da população argentina vive na pobreza.
O caso teve início em fevereiro, quando organizações sociais criticaram o governo pela interrupção do fornecimento de alimentos para as cozinhas comunitárias no final do ano passado, quando o ministério iniciou uma auditoria.
De acordo com a decisão judicial, o governo deve estabelecer um plano de distribuição dos alimentos, levando em consideração o tipo, quantidade, validade e público-alvo. A Igreja Católica também se manifestou sobre o caso, pedindo a entrega imediata dos cinco milhões de quilos de alimentos armazenados.
No entanto, o porta-voz presidencial anunciou que o governo irá recorrer da decisão judicial, alegando que os alimentos são reservas preventivas para emergências ou catástrofes. Ele garantiu que nenhum alimento será desperdiçado e que estão separados os destinados às cozinhas comunitárias dos demais.
Segundo o chefe de gabinete, a auditoria revelou que quase metade das cozinhas comunitárias não existiam mais devido à interrupção no fornecimento do Estado. As organizações afirmam que existem em torno de 45 mil cozinhas comunitárias em todo o país, mas muitas deixaram de funcionar devido à falta de apoio estatal.
Toda essa situação expõe a fragilidade da população argentina diante da questão da segurança alimentar e da pobreza, evidenciando a urgência de adoção de medidas positivas para garantir o acesso dos mais necessitados a alimentos básicos. O embate entre a justiça, as organizações sociais e o governo destaca a importância de políticas públicas eficazes para lidar com a situação de vulnerabilidade de uma parte significativa da população do país.