Os parlamentares conseguiram reunir as oito assinaturas necessárias para a criação da CPI, porém a instalação ainda é incerta devido à limitação do regimento interno que proíbe o funcionamento de mais de duas CPIs simultâneas, a menos que haja o apoio da maioria dos deputados distritais.
O deputado Max Maciel (PSOL), um dos autores do pedido de criação da CPI, se diz confiante na pressão sobre as lideranças para que a comissão seja instalada. Ele destaca a gravidade da crise na saúde, ressaltando que as mortes ocorreram por falta de assistência médica, incluindo casos de crianças que não foram atendidas a tempo devido à falta de ambulâncias.
O pedido da CPI aponta que 65 crianças de até 1 ano morreram nos hospitais do DF nos 60 primeiros dias do ano, um número alarmante que evidencia a situação crítica da saúde na região. O documento ainda destaca a superlotação das unidades de saúde, que acabam por internar pacientes inadequadamente e sem transferi-los para hospitais.
Diante dessa situação preocupante, o Sindicato de Médicos do Distrito Federal se pronunciou, afirmando que a saúde pública na região vem se deteriorando ao longo dos anos e que a gestão atual tem agravado ainda mais o problema.
O requerimento da CPI visa investigar as falhas de atendimento e gestão da saúde pública, focando principalmente nas ações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pela gestão de diversos hospitais e unidades de pronto atendimento na região.
A abertura da CPI recebe apoio dos profissionais de saúde, sindicatos e movimentos sociais, que denunciam as más condições de trabalho e a falta de pessoal nas unidades de saúde. Um ato está sendo convocado para a próxima segunda-feira em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo local, a fim de reivindicar a instalação da comissão e buscar soluções para os problemas enfrentados na saúde do DF.
Até o momento, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal não se manifestou sobre as denúncias de falta de assistência. Enquanto isso, o governador Ibaneis Rocha ressaltou os investimentos realizados na saúde nos últimos anos, porém reconheceu que é preciso fazer mais para melhorar a situação. Novas contratações de profissionais da saúde foram anunciadas como medida emergencial.
Diante do cenário de crise na saúde do DF, a expectativa é de que a CPI possa trazer à tona as irregularidades, falhas e deficiências do sistema de saúde, além de apontar soluções e melhorias necessárias para garantir um atendimento adequado e digno à população.