Apesar de não fornecer detalhes sobre a assistência concedida por Sheinbaum à guerrilha, Petro celebrou o fato de uma mulher de esquerda ter alcançado o poder em uma das maiores nações do mundo. O M-19, fundado em 1974, travou uma luta armada contra as elites conservadoras e liberais que governavam a Colômbia. Um dos episódios mais marcantes desse confronto foi em 1985, quando um comando rebelde tomou o Palácio da Justiça em Bogotá, desencadeando uma operação militar sangrenta que resultou em dezenas de mortos e desaparecidos.
Sheinbaum, de 61 anos, fez história ao se tornar a primeira presidente do México com uma ampla margem de votos sobre a candidata conservadora Xóchitl Gálvez. Nos anos 1980, ela integrou o Conselho Estudantil Universitário (CEU), uma organização de esquerda que incluía figuras do governo do presidente Andrés Manuel López Obrador, seu padrinho político. Nesse mesmo período, o México abrigou encontros entre líderes do M-19 e o então presidente colombiano, Belisario Betancur.
Após assinar um acordo de paz em 1990, o M-19 se transformou em um partido político com o mesmo nome. O legado da guerrilha colombiana persiste até os dias atuais, com alguns de seus ex-membros ocupando cargos políticos e continuando a influenciar a cena política do país. A ascensão de Sheinbaum à presidência do México reabre o debate sobre seu apoio à guerrilha e sua trajetória como ativista de esquerda, em um contexto de mudanças políticas e sociais na América Latina.