De acordo com o Palácio do Planalto, Lula reiterou o apoio brasileiro aos acordos de Barbados e destacou a importância da presença de observadores internacionais durante as eleições. Os acordos de Barbados consistiram em negociações entre o governo Maduro e setores da oposição, mediadas pela Noruega e apoiadas pelo Brasil e outros países, visando a libertação de oposicionistas presos e o alívio de sanções econômicas, especialmente aquelas impostas pelos Estados Unidos no setor de petróleo.
Apesar do esforço diplomático, a Venezuela revogou o convite para observadores da União Europeia devido à manutenção de sanções europeias. O Brasil também decidiu não enviar observadores, sem justificar os motivos. No entanto, outros organismos internacionais como a Celac, Caricom, a União Africana e especialistas da ONU estarão presentes como observadores eleitorais.
As eleições de julho marcarão a primeira participação da oposição em uma década, com Nicolás Maduro buscando seu terceiro mandato e o ex-embaixador Edmundo Gonzalez como candidato da oposição. Durante a ligação, Lula agradeceu o apoio da Venezuela à candidatura da ministra Sonia Guajajara à presidência do Filac e mostrou interesse em fortalecer a colaboração na proteção dos yanomami na fronteira entre os dois países.
A discussão também abordou a retomada do comércio e investimentos entre Brasil e Venezuela, sendo destacada a importância desse intercâmbio para os estados de Roraima e Amazonas. Ambos os presidentes discutiram a possibilidade de celebrar um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, bem como a renegociação da dívida bilateral.
Dessa forma, a conversa telefônica entre Lula e Maduro evidencia a tentativa de estreitar os laços entre os dois países e colaborar para um cenário eleitoral venezuelano mais transparente e democrático.
