Segundo o relatório, houve um aumento alarmante de 255% nas denúncias em comparação com o ano anterior. A guerra entre Israel e Hamas, que ocorreu entre outubro e dezembro, foi um dos principais fatores que contribuíram para o aumento no número de incidentes de antissemitismo. Até maio deste ano, foram registrados 2.005 casos, envolvendo desde publicações online com discurso de ódio até casos de agressão física e verbal.
Sergio Napchan, diretor-executivo da Conib, ressaltou a importância de processar e avaliar as denúncias de acordo com a definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Memória do Holocausto. Ele destacou a gravidade do problema e como a polarização política pode estar relacionada ao aumento do antissemitismo no país.
O presidente da Conib, Claudio Lottenberg, expressou preocupação com o crescimento das manifestações públicas e violentas de antissemitismo e defendeu uma abordagem que envolva punições e transformações culturais. Ele ressaltou a importância de educar e conscientizar a sociedade para combater o ódio e promover a tolerância.
Apesar do aumento de casos, o Brasil foi reconhecido pela Casa de Anne Frank de Amsterdã como líder mundial em ações educativas sobre o antissemitismo. Segundo Joelke Offringa, presidente do Instituto Plataforma Brasil, a memória de Anne Frank pode ser uma ferramenta importante no combate ao antissemitismo e a outros tipos de discriminação, como racismo e homofobia.
No entanto, Offringa alertou que ainda há uma carência de espaços para discussão sobre esses temas no país, especialmente em um contexto de crescente polarização política. Ela ressaltou a importância de defender valores universais e democráticos para construir uma sociedade mais inclusiva e tolerante.