Após se renderem às autoridades, as famílias de migrantes geralmente são liberadas rapidamente, prometendo comparecer perante um juiz de imigração. No entanto, aqueles que viajam sozinhos acabam no centro de detenção de Port Isabel, onde são classificados de acordo com o nível de risco que representam.
Recentemente, o presidente Joe Biden anunciou medidas para frear o fluxo de migração, inclusive fechando a fronteira para solicitantes de asilo após o processamento de 2.500 pessoas por dia. Essa decisão visa também facilitar as deportações, atendendo às demandas da direita americana que acusa Biden de permitir a entrada de criminosos no país.
Mesmo com essas medidas, o centro de detenção de Port Isabel continua próximo de sua capacidade máxima, abrigando atualmente 1.006 migrantes de um total de 1.175 vagas disponíveis. As autoridades locais explicam que a migração está se deslocando para o oeste, o que pode impactar outras instalações em breve.
Os migrantes que aguardam processamento dispõem de algumas amenidades, como atividades de música, aulas de inglês, cortes de cabelo entre colegas, horas de recreação ao ar livre e noites de cinema. No entanto, a espera pode ser desesperadora, considerando que suas permanências no centro de detenção não devem ultrapassar 90 dias, mas em alguns casos se estendem por meses.
O Equador é o país com o maior número de migrantes neste centro de detenção. Os migrantes têm a oportunidade de apresentar seus pedidos de asilo em videochamadas com oficiais de imigração e aguardam a resposta por escrito. Se o pedido for negativo, podem recorrer a um juiz de imigração e, em casos favoráveis, devem ser liberados em até 48 horas. Aqueles que decidem encerrar o processo também têm a opção de solicitar o retorno ao seu país de origem.
Em meio a um cenário complexo e desafiador, o centro de detenção de Port Isabel é um reflexo das questões migratórias que impactam a atualidade nos Estados Unidos. A espera, a incerteza e a luta por uma vida melhor são elementos presentes na vida dos migrantes que aguardam uma resposta enquanto estão sob custódia das autoridades americanas.
