A descoberta veio da análise do genoma de crânios de 64 crianças e bebês recuperados de uma câmara subterrânea em Chichén Itzá. Esses esqueletos foram encontrados durante uma escavação na década de 1960, interrompendo a construção de uma pista de pouso para um aeroporto.
O estudo também apontou que os rituais de sacrifício envolvendo crianças do sexo masculino eram específicos e cuidadosamente realizados. A arqueóloga Oana Del Castillo-Chávez afirmou que as crianças eram parentes próximos e que foram enterradas no mesmo local durante mais de 200 anos.
Embora não tenham sido encontrados sinais de trauma nos esqueletos, os pesquisadores sugeriram que as crianças possivelmente tenham sido envenenadas. A hipótese é que os sacrifícios eram realizados como um apelo aos deuses pela produtividade das colheitas, uma prática comum na cultura maia.
A descoberta desafia a ideia anterior de que os maias sacrificavam jovens virgens, demonstrando que a maioria das vítimas eram crianças. Essa revelação foi considerada surpreendente por arqueólogos, que apontaram para uma possível combinação de ideias coloniais e dados limitados como responsáveis pela má interpretação histórica.
O estudo trouxe novas informações sobre a prática de sacrifícios na cultura maia e despertou maior interesse e discussão no campo da arqueologia. A análise genética dos restos mortais das crianças abriu novas portas para a compreensão dos rituais religiosos e culturais dessa antiga civilização.