Cientistas da Universidade de Maryland descobrem enzima responsável pela cor amarela do xixi após mais de um século de mistério.

Cientistas da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, recentemente fizeram uma descoberta que resolve um mistério de mais de 125 anos sobre a cor amarela do xixi. O estudo revelou que a proteína responsável por permitir essa cor específica é a bilirrubina redutase, também conhecida como BilR.

Até então, acredita-se que a cor amarela da urina se devia ao produto do metabolismo da bilirrubina, chamado urobilina. No entanto, não se sabia que proteína permitia essa transformação. A BilR é uma enzima produzida por bactérias presentes no microbioma intestinal, que desempenham um papel crucial nesse processo.

Os pesquisadores identificaram genes específicos que codificam a BilR em cerca de 8.000 espécies de bactérias que compõem nosso microbioma intestinal. Essa descoberta foi publicada em um artigo no início de janeiro com o título simples e direto de “BilR é uma enzima microbiana intestinal que reduz a bilirrubina a urobilinogênio”.

Segundo Jorge Quarleri, pesquisador bioquímico do Instituto de Pesquisa Biomédica em Retrovírus e AIDS, o urobilinogênio é o precursor da urobilina, que é responsável pela cor amarela da urina. Além disso, os cientistas descobriram que a BilR está presente na maioria dos adultos saudáveis, mas não em recém-nascidos ou adultos com doença inflamatória intestinal, que costumam apresentar hiperbilirrubinemia, caracterizada pela coloração amarela na pele e nas mucosas.

Essa descoberta traz avanços significativos no campo da medicina, especialmente nos estudos do microbioma. Graças aos avanços tecnológicos, hoje é possível sequenciar genomas inteiros em poucas horas, o que era impensável há duas décadas. Em resumo, a identificação da BilR como a proteína responsável pela cor amarela do xixi representa um marco importante na compreensão do complexo sistema hepático-intestinal.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo