No total, 81% das indústrias gaúchas foram afetadas pelas inundações do mês passado. Os principais prejuízos relatados incluem dificuldades na logística de escoamento da produção e recebimento de insumos, problemas com pessoal e colaboradores, além de dificuldades com fornecedores impactados pelas enchentes. Além disso, cerca de um terço das empresas apontaram prejuízos em estoques de matérias-primas, máquinas, equipamentos, estabelecimentos físicos e produtos finais.
Segundo a Fiergs, os reflexos das enchentes sobre a economia local só serão percebidos nos próximos meses, e a recuperação tende a ser lenta. A expectativa dos industriais do Rio Grande do Sul também sofreu um abalo em decorrência do desastre natural.
A pesquisa, que contou com a participação de 220 empresas entre maio e junho, teve como objetivo compreender o impacto nas indústrias afetadas, avaliar os prejuízos sofridos e captar as perspectivas do setor. O trabalho foi coordenado pela Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs, com o apoio de diversas entidades ligadas à indústria.
Apesar dos prejuízos, a maioria das empresas consultadas afirmou que não pretende mudar sua localização. A falta de cobertura de seguro contra perdas e danos foi um ponto preocupante, com mais da metade das empresas não possuindo essa proteção.
Para a recuperação, 60% das indústrias afetadas planejam destinar recursos para a retomada dos negócios em um prazo de um mês. Medidas governamentais como melhorias na infraestrutura e prevenção de novas enchentes são apontadas como necessárias para a recuperação. O ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, destacou o apoio do governo através do Pronampe Solidário, que emprestou R$ 1,3 bilhão para micro e pequenas empresas locais, com 40% de subsídio e juro zero.
A reconstrução da economia gaúcha após as enchentes será um desafio que exigirá esforço conjunto do setor privado e público, visando a recuperação das indústrias e o apoio aos empreendedores afetados pelo desastre natural.