No Brasil, foram realizados 100 questionários, nos quais os participantes puderam citar espontaneamente os influenciadores que seguem. Um total de 701 perfis foram mencionados, sendo que a maioria deles (72,6%) foi citada apenas uma vez. A cientista política Camila Rocha, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), apontou que esse fenômeno de pulverização também é observado em outros países da América Latina.
O estudo foi realizado em cinco países e envolveu 350 participantes de 16 a 24 anos. Além dos questionários, houve entrevistas com influenciadores e grupos focais para coleta de informações. A pesquisa mostrou que os influenciadores mais citados no Brasil incluem nomes como Virgínia Fonseca, Carlinhos Maia, Neymar e outros.
A relação dos influenciadores com seus seguidores é marcada pela confiança, proximidade e autenticidade, mas também pode ser quebrada. Os jovens buscam tanto rendimentos quanto acolhimento emocional por meio dessas conexões digitais. No entanto, a influência política dos influenciadores também é um fator relevante, com uma maior alinhamento entre alguns deles e líderes políticos de extrema-direita.
Outro estudo apresentado no evento monitorou manifestações de racismo direcionadas a personalidades negras nas redes sociais. Foram identificadas quatro estratégias discursivas, incluindo desumanização, desqualificação, invisibilização e desinformação. A pesquisadora Nina Santos destacou o aumento no nível de ataques quando as postagens ultrapassam sua bolha de seguidores.
Os resultados dessas pesquisas fornecem insights importantes sobre o cenário dos influenciadores digitais e as questões políticas e sociais envolvidas nesse universo. As descobertas podem ajudar a compreender melhor a dinâmica das redes sociais e a influência dos influenciadores na sociedade atual.