Desde agosto do ano passado, o Copom vem realizando cortes na Selic, porém, a incerteza sobre o futuro fez com que a continuidade desses cortes fosse posta em questão. A última reunião, em maio, deixou dúvidas sobre os próximos passos do comitê, sem informar o que seria decidido nos encontros subsequentes.
Segundo a pesquisa do boletim Focus, a expectativa é de que a taxa básica de juros permaneça em 10,5% ao ano até o fim de 2024, apesar de há um mês a estimativa apontar para um encerramento do ano em 10%. Os próximos passos do Copom serão anunciados após a reunião desta quarta-feira.
A indecisão enfrentada pelo Copom reflete a preocupação com a inflação, que tem apresentado expectativas de aumento. Na última ata da reunião, o Copom mencionou o crescimento dessas expectativas, sem indicar uma tendência clara em relação aos juros. A divisão entre os diretores do Banco Central não se deve a questões políticas, mas sim ao comprometimento com as decisões anteriores.
Além disso, a alta na inflação em maio, impulsionada pelo aumento nos preços dos alimentos após as enchentes no Rio Grande do Sul, tem impactado as previsões para 2024. A inflação oficial, medida pelo IPCA, atingiu 0,46% no último mês, acumulando uma alta de 3,93% em 12 meses.
A decisão do Copom sobre a Selic tem grande influência no controle da inflação e na economia como um todo. Ao aumentar a taxa básica de juros, o Comitê visa conter a demanda aquecida, enquanto a redução da taxa estimula a produção e o consumo, podendo impulsionar a atividade econômica.
O comportamento do Copom diante desses desafios será decisivo para a economia brasileira nos próximos meses. A meta de inflação de 3% para 2024, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, também coloca pressão sobre as decisões do Banco Central. O próximo Relatório de Inflação, previsto para o fim de junho, trará novas projeções e análises sobre o cenário econômico do país.