A tragédia em Brumadinho foi causada pelo rompimento de uma barragem da Vale construída por esse método, resultando na perda de 272 vidas e impactos ambientais devastadores. Em resposta, leis foram aprovadas para proibir esse tipo de estrutura em Minas Gerais e em nível nacional, levando as mineradoras a iniciarem um processo de eliminação das barragens a montante.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em fevereiro de 2019, havia 74 barragens a montante no país. Em abril de 2021, esse número caiu para 52, indicando uma redução de 22 barragens. O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, explicou que houve um aumento temporário no número de barragens entre agosto e dezembro de 2022 devido à reclassificação das estruturas, não implicando na criação de novas barragens.
O processo de eliminação das barragens a montante, conhecido como descaracterização, é complexo e envolve intervenções para transformar a estrutura em algo diferente de uma barragem. As mineradoras também são responsáveis por promover a revegetação e reintegração das áreas afetadas ao meio ambiente.
É importante destacar que, no cenário de emergência, há três barragens classificadas no nível 3 e cinco no nível 2, exigindo a atenção das autoridades e ação imediata das mineradoras. O investimento estimado para o processo de descaracterização das barragens é de mais de R$ 30 bilhões, com a expectativa de que cerca de 90% das estruturas a montante sejam eliminadas até 2027.
As mudanças na legislação e o rigoroso monitoramento das barragens são essenciais para garantir a segurança das comunidades próximas e evitar novas tragédias como a de Brumadinho. O setor de mineração tem investido em alternativas tecnológicas para o gerenciamento de rejeitos e busca soluções sustentáveis para o futuro da mineração no Brasil.