A antecipação do problema das queimadas no Pantanal chama a atenção, pois nos anos anteriores a intensificação das queimadas costumava acontecer a partir de agosto. Essa mudança pode estar relacionada aos efeitos do fenômeno El Niño no clima, que já vem causando impactos no volume dos rios que cortam o bioma, como a Declaração de Crise Hídrica na Bacia do Paraguai realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) em maio.
Diante desse cenário preocupante, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para ações de prevenção e controle de incêndios e secas. Além disso, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, destacou que a região mais afetada atualmente é o município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, que se encontra completamente seca neste primeiro semestre.
Uma pesquisa realizada pela rede MapBiomas revelou que, ao longo dos últimos 39 anos, o Pantanal foi o bioma mais atingido pelas queimadas, com 9 milhões de hectares afetados, o que representa 59,2% do território situado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O município de Corumbá tem sido o mais impactado pelas queimadas em todo o país, deixando o Pantanal com 25% de seu território marcado pelas “cicatrizes de fogo” na vegetação nativa.
Para lidar com essa situação, um acordo foi firmado entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia. Este pacto prevê ações de combate e prevenção às queimadas, incluindo a suspensão das autorizações para queima durante o período seco. A Agência Brasil entrou em contato com o MMA em busca de mais informações, porém, até o momento da publicação desta matéria, não obteve resposta.