O que chama a atenção dos analistas é o fato de que as fotos de satélite obtidas em junho deste ano mostram a construção de um muro com cerca de 7 km de extensão, algo que não era visível em imagens anteriores. Além disso, não foram observadas ações preparatórias no terreno, como a retirada de árvores ou abertura de estradas de terra, o que indica a rapidez com que a estrutura estaria sendo erguida.
A situação ganhou mais destaque após uma investigação do site NK News apontar que outras obras estariam sendo realizadas próximas à DMZ, a poucos quilômetros da fronteira de fato entre os dois países. O Comando das Nações Unidas na Coreia, responsável pela área desde o conflito dos anos 1950, destacou que a Coreia do Norte tem adotado medidas para fortalecer suas fronteiras desde o abandono de suas políticas de unificação.
Essas ações recentes se somam a um processo de deterioração das relações entre as Coreias, que teve seu ápice com a declaração do líder norte-coreano Kim Jong-un, em janeiro, de que a Coreia do Sul era o “principal inimigo”. Desde então, monumentos celebrando a reunificação foram demolidos, contatos militares foram encerrados e ações de provocação dos dois lados foram retomadas.
Diante desse contexto tenso, a construção do muro na DMZ levanta questionamentos sobre os motivos por trás dessa nova medida. Alguns analistas sugerem que a estrutura pode ter fins de patrulha e monitoramento, enquanto outros apontam que ela pode ter uma motivação simbólica, sinalizando o afastamento da possibilidade de reunificação.
Em meio à incerteza e tensão crescente na península coreana, resta aguardar os desdobramentos desses acontecimentos e como as relações entre as Coreias do Norte e do Sul irão evoluir nos próximos meses.