Manifestação de trabalhadores indianos na Itália pede o fim da “escravidão” após trágica morte de colega de trabalho.

Milhares de trabalhadores agrícolas indianos se reuniram em uma cidade próxima a Roma para protestar contra a injustiça e exigir o fim da “escravidão” na Itália. Esse movimento ganhou força após a trágica morte de Satnam Singh, um trabalhador de 31 anos que faleceu em decorrência de um acidente de trabalho, onde perdeu um braço e foi abandonado à beira da estrada por seu empregador.

A manifestação em Latina, cidade localizada ao sul de Roma e conhecida por abrigar dezenas de milhares de trabalhadores indianos, contou com faixas que clamavam por justiça para Satnam Singh. Os indianos vêm trabalhando na região do Lácio desde os anos 1980, principalmente na colheita de diversos alimentos.

A morte de Satnam Singh reacendeu o debate sobre os abusos sofridos pelos trabalhadores migrantes não registrados no setor agrícola italiano. Segundo relatos, esses trabalhadores chegam a receber 20 euros por dia de trabalho, realizando jornadas de até 14 horas.

A primeira-ministra de extrema direita da Itália, Giorgia Meloni, busca reduzir a presença de migrantes sem documentação no país, enquanto expande os canais de migração legal para combater a escassez de mão de obra na agricultura. No entanto, organizações sindicais estimam que até 230 mil trabalhadores rurais temporários na Itália não possuem contrato formal.

A polícia financeira italiana identificou cerca de 60 mil trabalhadores sem documentação somente nos primeiros meses de 2023. A CGIL, o maior sindicato italiano, destaca que um quarto dos trabalhadores rurais temporários do país não possuem contratos formais.

Essa manifestação dos trabalhadores indianos na Itália mostra a luta contínua por direitos trabalhistas e condições dignas de trabalho em meio a um setor agrícola marcado pela exploração de migrantes não registrados. A sociedade e as autoridades italianas precisam urgentemente lidar com esses problemas para garantir um ambiente de trabalho justo e seguro para todos os trabalhadores.

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