Segundo os organizadores da marcha, os detidos foram acusados de violar a proibição imposta pelas autoridades, que alegam que a convocação veio de “grupos ilegais”. A proibição do evento é uma prática comum desde 2015, e o governo justifica essa decisão como uma forma de manter a ordem pública.
Além disso, outras áreas da cidade, como a Praça Taksim e a Avenida Istiklal, foram isoladas pelas forças de segurança, com policiais filtrando os acessos e várias estações de metrô próximas sendo fechadas. Essas medidas extremas visam evitar qualquer tipo de manifestação ou protesto que possa perturbar a ordem estabelecida.
Embora a homossexualidade não seja considerada crime na Turquia, a homofobia ainda é comum no país. O presidente Recep Tayyip Erdogan já fez declarações ofensivas em relação à comunidade LGBTQIA+, chamando-a de “perversa” e uma ameaça à família tradicional.
Até 2014, Istambul era palco de grandes marchas do Orgulho, que serviam como uma forma de expressão e crítica ao governo islamoconservador que está no poder desde 2002. No entanto, com as proibições e as repressões cada vez mais frequentes, os ativistas enfrentam cada vez mais dificuldades para lutar pelos seus direitos.
Assim, a detenção dos manifestantes na marcha do Orgulho LGBTQIA+ em Istambul evidencia a persistência da discriminação e a falta de liberdade de expressão no país, mesmo em questões relacionadas à diversidade e inclusão.