Keiko Fujimori inicia julgamento por lavagem de dinheiro envolvendo escândalo da Odebrecht no Peru e pode ser condenada a 30 anos de prisão.

Nesta segunda-feira (1º), a ex-candidata à Presidência do Peru Keiko Fujimori marcou presença no tribunal para a abertura do julgamento por lavagem de dinheiro no escândalo da Odebrecht. Conforme as acusações, a filha do ex-presidente Alberto Fujimori pode ser condenada a até 30 anos de prisão por financiar suas campanhas eleitorais com dinheiro não declarado proveniente da empreiteira brasileira.

Keiko Fujimori, aos 49 anos e líder do partido de direita Força Popular, compareceu ao tribunal em Lima acompanhada por cerca de 80 simpatizantes que gritavam palavras de apoio em sua defesa. Por outro lado, a presença de opositores gerou tensão nos arredores do tribunal, mas a polícia interveio para evitar confrontos.

O julgamento conta com a convocação de cerca de 1.500 testemunhas e pode se estender por mais de um ano. O promotor José Domingo Pérez, responsável pelo caso, marcou presença na audiência com colete à prova de balas, demonstrando a seriedade e complexidade do processo.

É importante ressaltar que o escândalo de corrupção da Odebrecht no Peru não se restringe apenas a Keiko Fujimori, atingindo também outros ex-presidentes peruanos, como Pedro Pablo Kuczynski, Ollanta Humala, Alan García e Alejandro Toledo. A distribuição de subornos milionários a políticos peruanos por parte da empreiteira brasileira causou um impacto significativo no cenário político do país.

Diante de um panorama de instituições fragilizadas e partidos políticos em crise, o Peru se tornou o país mais afetado pelo escândalo da Odebrecht, após o Brasil. Atualmente, o sistema judicial peruano investiga paralelamente casos envolvendo outros ex-presidentes, demonstrando a complexidade e abrangência do esquema de corrupção.

A defesa de Keiko Fujimori alega que o dinheiro questionado pela acusação é de origem legal, o que desqualificaria as acusações de lavagem de dinheiro. A expectativa é de que o julgamento se estenda por um longo período e a decisão final pode impactar diretamente o futuro político da líder do Força Popular. A promotoria pede uma pena de 30 anos e 10 meses de prisão, mas a defesa confia em uma absolvição no desfecho do caso.

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