Endividamento dos brasileiros permanece estável em junho de 2024, revela Pesquisa da CNC, apontando cautela na busca por crédito.

O percentual de brasileiros endividados se mantém estável em junho de 2024, indicando uma cautela das famílias em relação ao acúmulo de dívidas. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,8% dos brasileiros estão endividados, mesmo índice registrado no mês anterior.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou a preocupação das famílias em evitar a inadimplência, optando por amenizar as dívidas existentes ao invés de contrair novos compromissos financeiros. A estabilidade do endividamento nacional é influenciada, em parte, pelo impacto da crise climática no Rio Grande do Sul, que sem os dados do estado teria apresentado uma queda para 78,4% de endividados.

A pesquisa aponta que a inadimplência tem uma ligeira alta, com 28,7% das famílias brasileiras com contas em atraso, sendo que parte desse aumento é devido à demanda de crédito no Rio Grande do Sul para reconstrução pós-tragédia. No entanto, o estado gaúcho apresentou uma diminuição na inadimplência, revelando a capacidade das famílias locais em honrar seus compromissos, mesmo diante da adversidade.

Em relação ao perfil do endividamento, a pesquisa mostrou uma melhora, com menor número de famílias se considerando “muito endividadas” e uma maior proporção identificada como “pouco endividadas”. No entanto, o tempo de atraso nas dívidas tem se prolongado, indicando dificuldades em honrar os compromissos e levando as famílias a terem receio de assumir novos parcelamentos.

O cartão de crédito continua sendo o meio mais utilizado pelos endividados, seguido por carnês e cheque especial. O financiamento imobiliário teve um aumento significativo, refletindo a disponibilidade de crédito com juros mais acessíveis. Em relação ao gênero, as mulheres apresentaram uma leve alta no endividamento, enquanto os homens registraram uma redução, mas ainda mantendo um índice superior em relação ao ano anterior.

Em suma, a estabilidade do endividamento no Brasil indica um cenário de cautela e prudência das famílias em relação às suas finanças, buscando alternativas para evitar a inadimplência e controlar melhor seus gastos. A situação no Rio Grande do Sul evidencia a resiliência das famílias diante de desafios e a importância de medidas de apoio para garantir o equilíbrio financeiro.

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