O porta-voz do governo de Ruanda, Alain Mukuralinda, enfatizou que o acordo firmado não estabelece a obrigação de devolver o dinheiro envolvido. Isso significa que, caso o Reino Unido decida desistir do acordo, não haverá a necessidade de reembolsar os recursos investidos. O recém-eleito primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, confirmou sua intenção de abandonar o plano anterior de expulsar os migrantes em situação irregular para Ruanda.
Starmer ressaltou que o projeto estava “morto e enterrado” antes mesmo de iniciar e que não era uma medida eficaz. Em vez disso, o líder trabalhista propôs combater as máfias que facilitam a chegada dos migrantes. A ministra do Interior, Yvette Cooper, afirmou que uma das prioridades do novo governo será manter as fronteiras seguras e criar um novo comando de segurança de fronteira de elite.
O valor economizado com o plano inicial será utilizado para perseguir, interceptar e prender os responsáveis pelo tráfico de pessoas. Desde que foi anunciado, o projeto de deportações para Ruanda enfrentou desafios legais e a Suprema Corte do Reino Unido chegou a declarar sua ilegalidade sob o direito internacional. Mukuralinda destacou que as autoridades britânicas procuraram Ruanda para estabelecer a parceria, que foi amplamente discutida antes de ser concretizada.
Apesar de Ruanda ser um país pequeno da África Oriental, com uma população de 13 milhões de habitantes, ele tem sido elogiado por sua infraestrutura moderna. No entanto, o presidente Paul Kagame tem sido criticado por grupos de direitos humanos por reprimir a dissidência e a liberdade de expressão. A imigração se tornou uma questão política relevante no Reino Unido desde o Brexit, e os desdobramentos desse acordo controverso continuarão sendo acompanhados de perto.