Em uma carta ao povo publicada pela imprensa regional, Macron convocou todas as forças políticas que se identificam com as instituições republicanas, o Estado de Direito, o parlamentarismo, a orientação europeia e a defesa da independência da França a um diálogo sincero e leal para construir uma maioria sólida e plural no parlamento. Nenhum partido ou coalizão conquistou a maioria absoluta de 289 deputados na nova Assembleia Nacional.
A Nova Frente Popular (NFP), que é uma aliança de esquerda, obteve entre 190 e 195 assentos, enquanto a aliança de centro-direita de Macron conquistou cerca de 160 assentos e a extrema direita mais de 140. A convocação de Macron parece ter o objetivo de excluir o Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen da coalizão, mas também o partido França Insubmissa (LFI) de Jean-Luc Melenchon, que é a principal formação da NFP.
Macron enfatizou que nenhum partido ou coalizão saiu vencedor das eleições, já que todas as formações políticas obtiveram minorias. Ele afirmou que tomará uma decisão sobre a nomeação do primeiro-ministro quando as forças políticas tiverem forjado compromissos, dando-lhes algum tempo para isso.
Diante dos números da NFP, o partido governista demonstra estar dividido entre a possibilidade de formar uma aliança com os republicanos ou uma coalizão ampla que inclua os social-democratas. A aliança de esquerda pretende propor um primeiro-ministro a Macron, porém uma parte significativa do partido do presidente rejeita essa possibilidade e já está fazendo cálculos sobre possíveis cenários políticos futuros.