A mobilização para a marcha começou no domingo e atraiu cerca de 5 mil participantes à capital federal. Lideranças indígenas, do alto do carro de som, conclamaram a união de todas as mulheres para lutar contra as injustiças e dores que afetam toda a humanidade. À medida que a marcha avançava pelas ruas de Brasília, mais e mais mulheres se juntavam à manifestação, incluindo a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que registrou sua participação por meio de um vídeo nas redes sociais.
A marcha contou também com a presença de representantes de movimentos sociais de outros países, como Peru, Estados Unidos e Malásia, reforçando a participação e o apoio internacional à causa indígena. As mulheres, portando faixas, cartazes e adereços indígenas, entoavam cantos tradicionais e palavras de ordem, destacando a luta contra o Marco Temporal, tese jurídica que limita os direitos constitucionais dos povos indígenas às terras que já ocupavam ou reivindicavam em 1988.
Sob o lema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, a marcha buscava combater as violências sofridas pelas indígenas e promover a igualdade de gênero. A Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), entidade organizadora da marcha, destacou que as participantes enfrentaram inúmeros desafios e injustiças ao longo de suas vidas, mas se recusam a serem silenciadas. A associação exige acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação, oportunidades econômicas, bem como a proteção da terra e dos recursos naturais.
Além das manifestações nas ruas, a marcha também promoveu debates com a participação de ministras de Estado e um show de encerramento com artistas indígenas. A 3ª Marcha das Mulheres Indígenas demonstrou a força e a união das mulheres indígenas na luta por seus direitos e pela preservação de suas tradições ancestrais.