O áudio em questão foi apreendido no celular de Ramagem, antigo diretor da Abin durante o governo Bolsonaro, e teve o sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na conversa, Ramagem, Bolsonaro e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno discutem com as advogadas do senador Flávio Bolsonaro, envolvido em um caso de “rachadinha”.
Ramagem afirmou em um vídeo nas redes sociais que a gravação não foi clandestina e tinha a autorização e conhecimento do presidente. Ele também destacou que as advogadas de Flávio apresentaram possíveis irregularidades na investigação envolvendo a Receita Federal e sugeriram a atuação do GSI, algo que Ramagem se opôs.
Além disso, Bolsonaro e Heleno demonstraram preocupação com o vazamento da conversa gravada, com o presidente chegando a mencionar o ex-governador do Rio, Wilson Witzel, que teria pedido uma vaga no Supremo em troca de favorecimento a Flávio Bolsonaro. Witzel negou a conversa citada pelo ex-presidente.
O senador Flávio Bolsonaro defendeu-se, afirmando que os áudios mostram suas advogadas comunicando suspeitas de atuação política dentro da Receita Federal e tomando medidas legais cabíveis. A defesa do general Augusto Heleno e do ex-presidente Jair Bolsonaro preferiram não se manifestar sobre o assunto.
A repercussão dessas declarações tem gerado grande impacto nas esferas políticas e jurídicas do país, levantando questionamentos sobre a transparência e ética nas relações entre poder público e instituições de inteligência. O desdobramento desses acontecimentos será fundamental para a compreensão dos bastidores do cenário político nacional.