Manifestantes protestam contra rejeição de projeto de descriminalização do aborto na Polônia, país tradicionalmente católico.

Nesta terça-feira (23), milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades da Polônia para protestar contra a decisão do Parlamento de rejeitar um projeto de descriminalização da ajuda ao aborto. Em um país tradicionalmente católico, a questão do aborto é extremamente sensível e a legislação atual prevê até três anos de prisão para quem ajudar uma mulher a interromper sua gravidez.

A coalizão pró-Europa que assumiu o governo polonês em dezembro se comprometeu a liberalizar as leis de aborto, prometendo uma postura mais progressista em relação a esse tema. Entretanto, a última tentativa de flexibilizar as normas foi frustrada este mês, com a rejeição, por 218 votos contra 215, de um projeto de lei que visava eliminar as penalidades existentes.

Em Varsóvia, a capital do país, a principal manifestação foi convocada por grupos de defesa dos direitos das mulheres. Cerca de mil pessoas se reuniram em frente ao Parlamento, sob um sol escaldante, para exigir um aborto livre e legal. Os manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes em defesa da causa.

Atualmente, na Polônia, o aborto só é permitido em casos de estupro, incesto ou quando a gestação representa um risco à vida ou à saúde da mulher. Essas restrições têm levado muitas mulheres a recorrer a procedimentos clandestinos e inseguros, colocando em risco suas vidas.

Diante da mobilização massiva da sociedade polonesa em prol da mudança na legislação sobre o aborto, o governo e o Parlamento serão pressionados a reavaliar suas posições e considerar as demandas da população. A questão do aborto continua sendo um tema polêmico e delicado, mas a voz dos manifestantes demonstra a necessidade de se buscar soluções mais humanitárias e justas para a questão.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo