Artesã indígena exibe no pescoço o muiraquitã: amuleto das mulheres guerreiras

Artesã indígena expõe seu trabalho em feira organizada pela Funai

A artesã indígena Airy Gavião, de 68 anos, carrega consigo um colar com um muiraquitã, uma pequena pedra em forma de rã, que representa muito mais do que um simples adereço. Para ela, o colar é o amuleto das mulheres guerreiras, carregando um significado muito forte em sua vida. O muiraquitã tem uma história que remonta aos seus 18 anos, quando decidiu deixar a comunidade de Aturiaí, no Pará, para tentar a vida em Brasília.

Chegando à capital com seu muiraquitã, Airy compartilhava sua história com quem encontrava, enfatizando que o artesanato que aprendeu em casa era o símbolo de sua própria vida. Até o próximo dia 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas, artesãos como Airy estão expondo seus trabalhos em uma feira promovida pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Brasília.

Airy Gavião trabalha com diversos tipos de artesanato, incluindo pinturas figurativas de indígenas e natureza. Ela transmitiu seu conhecimento artesanal aos seus três filhos, nascidos em Brasília, como forma de se reconectar com sua comunidade no Pará. A mostra conta com peças feitas por indígenas de diferentes povos, promovendo a geração de renda e fortalecendo as atividades produtivas que enriquecem a cultura indígena.

A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, ressaltou a importância dos conhecimentos ancestrais representados nos objetos expostos na feira. A artesã Murian Pataxó, que vive em uma comunidade no Paranoá, destaca que esse saber ancestral é essencial para o modo de vida e a renda dos indígenas. Ela enfatiza a importância de dar visibilidade cultural e comercial ao artesanato indígena.

As gerações mais jovens estão garantindo que a arte indígena não se perca no tempo. A artesã Bruna Togojebado, de 30 anos, compartilha seu conhecimento com a filha, de 9 anos, e está ansiosa para ensinar também ao novo membro da família que está a caminho. Além disso, os jovens estão ensinando os mais velhos a comercializar seus produtos pela internet, buscando expandir o alcance do artesanato indígena.

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