Ministro da Educação convocado para explicar distorção de R$ 2,7 bilhões nas contas do MEC em 2023, aponta CGU

A Comissão de Educação (CE) deliberou nesta terça-feira (6) a aprovação de um requerimento para convidar o ministro da Educação, Camilo Santana, a prestar esclarecimentos sobre uma suposta distorção de R$ 2,7 bilhões nas contas da pasta referentes ao ano de 2023, de acordo com dados da Controladoria Geral da União (CGU).

Segundo a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que apresentou o requerimento, a auditoria realizada pela CGU identificou divergências de aproximadamente R$ 1,7 bilhão relacionadas à manutenção inadequada, no ativo do MEC, de registros de crédito de prestação de contas não avaliadas.

Além disso, a CGU também apontou um saldo de R$ 675,4 milhões classificado como “Obras em Andamento” nas contas do MEC, destinado à construção de 444 Centros de Atenção Integral à Criança (Caic), programa vinculado à extinta Secretaria de Projetos Educacionais Especiais (Sepespe), encerrada em 1995, quando o projeto foi interrompido.

A senadora ressaltou ainda uma disparidade de R$ 10,4 milhões nos cálculos de depreciação de bens móveis entre o Sistema de Administração de Patrimônio (SAP) do ministério e o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal.

O presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-PR), solicitou a inclusão na audiência de discussões sobre as carreiras do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), bem como sobre as repercussões do novo ensino médio, recentemente aprovado pelo Congresso Nacional e já sancionado, e do próximo Plano Nacional de Educação (PNE).

Os parlamentares também aprovaram a realização de uma audiência pública para debater o “Projeto NaMoral — Integridade, Ética e Cidadania”, promovido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, conforme solicitado pela senadora Damares Alves. Outra audiência proposta, da senadora Teresa Leitão (PT-CE), visa discutir a implementação da educação escolar quilombola no país.

Essa iniciativa da Comissão de Educação busca fiscalizar e promover a transparência nas ações do Ministério da Educação, garantindo que os recursos públicos sejam utilizados de forma correta e eficiente. A presença do ministro Camilo Santana para esclarecer as divergências nas contas do MEC é fundamental para a prestação de contas à sociedade e para o aprimoramento das políticas educacionais no Brasil.

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