Os dados coletados pelos sistemas de vigilância mostram um aumento geral de 10% na taxa de testes positivos para Covid-19, sendo que na Europa esse aumento chega a 20%. Além disso, o monitoramento das águas residuais indica que a circulação do vírus pode ser muito mais alta do que é atualmente relatado, variando entre duas e 20 vezes mais.
Maria Van Kerkhove ressaltou a preocupação com o aumento de internações e mortes por Covid-19 em diversos países, destacando que a circulação intensa do vírus nesta época do ano não era esperada. Segundo ela, mesmo com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, os casos de Covid-19 continuam em alta.
A diretora da OMS também chamou a atenção para a falta de compartilhamento de dados por parte dos Estados-membros, ressaltando que apenas uma minoria relatou informações sobre hospitalizações, internações em UTIs e mortes causadas pela Covid-19. Essa ausência de dados dificulta a avaliação do risco e a implementação de medidas eficazes de prevenção.
Outro ponto abordado por Maria Van Kerkhove foi a queda alarmante nas taxas de vacinação contra a Covid-19 em todo o mundo, especialmente entre profissionais de saúde e pessoas com mais de 60 anos, que são considerados grupos de risco. A especialista enfatizou a importância de manter a vacinação em dia e de adotar medidas individuais para reduzir o risco de infecção e complicações da doença.
Por fim, a diretora da OMS recomendou que as pessoas tomem uma dose da vacina contra a Covid-19 a cada 12 meses, principalmente aquelas que pertencem a grupos de risco. Ela alertou que o vírus está presente e que é essencial manter a cobertura vacinal em alta para evitar casos graves e mortes. A mensagem final de Maria Van Kerkhove foi clara: o vírus está aqui para ficar, mas o impacto futuro da Covid-19 depende das ações individuais e coletivas de prevenção e controle da doença.